quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Segurança Pública - Posto policial do Jardim Botânico está sendo desativado

PSC 023
Posto Policial em frente ao comércio do Jardim Botânico
Da Redação do MCJB - 13/08/2015

O único posto policial existente no Jardim Botânico aos poucos vai sendo desativado: já não tem mais viaturas, não tem telefone e conta com policiais esporadicamente, mesmo com aumento de ocorrências criminais no bairro.
Quem passa pela frente do único posto policial do Jardim Botânico não pode deixar de notar o posto quase sempre fechado e a ausência das viaturas no estacionamento. Quando aberto, um policial faz o plantão, mas não pode sair por não ter viatura. "Só atendemos quando podemos chegar à pé", afirmou um sargento de plantão. O telefone, pintado na fachada do posto, não está mais funcionando.
Para a Secretaria de Segurança, o Jardim Botânico é a Região Administrativa mais segura do DF, não justificando a existência de um posto policial exclusivo.  É uma das poucas RAs que não tem equipamentos públicos voltados para a segurança pública, como batalhão da Polícia Militar, Delegacia da Polícia Civil ou Corpo de Bombeiros, apesar de ter uma população duas vezes superior a do Lago Sul, que conta com o aparato completo.
O bairro está dividido em 3 partes, cada uma dependente da segurança pública proporcionada pelas regiões vizinhas. Essa divisão já existia na prática, mas foi oficializada por decreto assinado pelo Governador Rollemberg, em julho passado.
O posto policial, localizado em frente ao comércio local, era tudo que o bairro possuía como recurso. Sua retirada pode ser também reflexo da falsa mancha criminal do bairro, uma vez que ocorrências são contabilizadas por São Sebastião, Paranoá ou Santa Maria. As autoridades ligadas à segurança pública não acreditam que o Jardim Botânico tenha estatísticas criminais que justifiquem equipamentos públicos ou patrulhamento ostensivo.
Quando as autoridades acham que a segurança particular é suficiente
Sempre que questionadas, as autoridades de segurança alegam que, por possuir segurança privada paga pelos moradores de condomínio, o aparato público de segurança é desnecessário no Jardim Botânico. Essa afirmação esbarra em equívocos e na lei.
Primeiro, segurança pública é dever do Estado, como está na Constituição Federal. Segundo, o Jardim Botânico não é constituído apenas por condomínios pretensamente fechados, porque, pela lei, não existem condomínios horizontais fechados. Se os moradores fecham os condomínios é para ter mais segurança e, se precisam de mais segurança, isso se deve à omissão do Estado. Terceiro, segurança particular não substitui segurança pública. Os condomínios se utilizam de câmeras e rondas, não possuem armamento e não tem poder de polícia. Quando esbarram em um problema, os rondas chamam a polícia, que nem sempre chega. A Sra. Wânia, moradora do condomínio que sofreu 25 furtos, em pouco mais de 6 meses, relata:  “Os rondas até vêem a movimentação dos ladrões, chamamos a polícia, mas ela nunca vem. Outro dia (os assaltantes) ficaram mais de quarenta minutos dentro de uma casa, chamamos a polícia informando que havia um furto em andamento, mas a polícia só chegou após uma hora, dando tempo de sobra para os bandidos levarem tudo que queriam”.
Estacionamento do Posto Policial do JB - Quase sempre vazio

Perigos que rondam o Jardim Botânico
A criminalidade que as autoridades não vêem vagueia pelos condomínios, pela Estrada do Sol e pelo comércio local.
Os condomínios sofrem com furtos nas residências. No Jardim Botânico 3, que não é condomínio, bandidos assaltaram em plena luz do dia, no mês de julho. A Polícia Militar de São Sebastião, chamada para atender a ocorrência, manifestou surpresa, afirmando que  “nunca havia sido informada de nenhum caso de furto na região”. No entanto,  somente no primeiro semestre de 2015, foram registrados mais de 10 boletins de ocorrência por moradores do Jardim Botânico 3.
A Estrada do Sol, mal iluminada e sem presença da polícia, é palco de assaltos periódicos em pontos de ônibus e cruzamentos. Pedestres já tiveram que procurar abrigo nas portarias dos condomínios para não serem roubados. Também o Altiplano Leste, atendido pelo Batalhão do Paranoá, mantém registros de ocorrências que não chegam às estatísticas do Jardim Botânico.


Para alguns moradores, as estatísticas não explicam a decisão de retirar o posto policial e desguarnecer completamente o bairro. O entendimento é que a Secretaria de Segurança encontrou uma desculpa convincente para “desvestir um santo e vestir outro”, como afirma  um morador de condomínio na Estrada do Sol, que completa: “Eles sabem muito bem que existe criminalidade no Jardim Botânico. Não acredito que estejam se baseando em estatísticas. Vamos responder nas urnas o que achamos disso!” 

O blog tentou buscar maiores esclarecimentos junto ao Comando do 21° Batalhão da Policia Militar, responsável pela Base, sem sucesso. Foram discados o telefone do gabinete e o celular funcional do Comandante, por dois dias consecutivos. Nenhum atendeu.

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1 comentários:

É, infelizmente essa atitude de retirar os policiais que atuam no posto comunitário, vejo como uma infeliz ideia, porque o Jardim Botânico já depende da rede de outras regiões administrativas, eu enquanto pessoa pública que trabalho com a prevenção, avalio de extrema necessidade que o posto continue pois a presença da policia inibe os maus feitores se aproveitam dos trabalhadores saem do serviço para retornarem a suas residências, sabemos que a pista principal onde transitam os ônibus após as 18:00 horas ficam bastante desertas onde principalmente as mulheres ficam mais vulneráveis nas paradas para pegar o transporte coletivo.

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